O show da poderosa

mae

 

Ela moveu as maiores montanhas.

Decifrou insondáveis enigmas.

Matou 70 leões (e 700 bichos papões).

Subiu a ladeira.

Desceu a lenha.

Tirou de letra.

Rodou a baiana.

Passou mertiolate.

Aplicou benzetacil.

Convenceu que nariz enorme e perna fina é que era bonito.

E que o resto do mundo padecia de um mau gosto imperdoável.

Deu-me asas.

Deu-me chão.

Mandou voar (mas por precaução deixou um colchonete embaixo).

Foi dura pra que eu não fosse mole.

Proveu a vida, depois a comida.

Deu os seios, as mãos, os pés, os dedos e os anéis.

Fez das tripas coração.

Foi pai.

Foi também professora, anjo, babá, enfermeira, atleta, cantora, motorista, guarda noturna, psicóloga, psiquiatra e treinadora.

Foi mulher maravilha.

Foi super homem.

Foi doce.

Foi dura.

Foi juíza.

Foi guardiã.

Foi escudo.

Foi tudo.

E ainda por cima, me amou mais do que tudo.

Amou.

Amou.

Amou.

Amou.

Amou.

E continua me amando.

Ela é a minha MÃE, e seus super poderes nunca caberão nas tortas linhas de nenhuma crônica.

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