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O futuro do emprego é rosa

Historicamente o mundo do trabalho sempre foi muito masculino. Seja pela natureza bruta de nossas primeiras atividades ou então por convenções sociais e culturais, o “trabalho” sempre foi uma atividade acentuadamente masculina.

Não que a mulher não trabalhasse, pelo contrário. Trabalhava e sem limites claros de horário, mas quase sempre em tarefas de natureza doméstica e de cuidados da família.

Com raras exceções e ciclos históricos muito curtos, a Humanidade sempre foi muito machista.

Uma pseudo exceção são os judeus ultra ortodoxos, onde até hoje os homens não trabalham, quem provém o lar são as mulheres, pois aos homens compete o estudo das escrituras sagradas, a Torá. Não que essa seja uma sociedade feminista, muito ao contrário, aos homens é delegado o estudo bíblico justamente porque eles a consideram uma atividade mais nobre.

Aos poucos essas exceções vão virando cada vez mais isso mesmo: apenas exceções. O mundo do trabalho ainda está longe de ser igualitário, mulheres na média ganham menos do que os homens para posições similares e a quantidade delas no topo das corporações é muito menor do que a de homens. Mas aos poucos vamos reduzindo esses abismos. Mulheres pilotam aviões e presidem países. Os casais têm cada vez menos filhos, e quando os têm, o pai gradativamente assume um protagonismo maior em relação aos pares do passado.

Mas se o mundo do emprego sempre foi mais masculino, como será no futuro, com todas as tecnologias disruptivas que estão a caminho?

Bom, o futuro é sempre difícil prever, exceto depois que já aconteceu.

Muito se fala em fim dos empregos, do domínio da inteligência artificial sobre o engenho humano e do risco de perdermos empregos para robôs e algoritmos.

E se até aqui os empregos do mundo sempre tiveram um perfil tendendo ao masculino, bruto, pesado, extenuante, repetitivo, como deve ser no futuro?

É muito provável que justamente essas profissões eminentemente masculinas, brutas e repetitivas, como motoristas de caminhão ou operadores de máquinas pesadas, sejam substituídas pelas novas tecnologias. Não apenas essas, claro, também algumas funções cartesianas e analíticas, como operador de bolsa de valores ou analista de crédito por exemplo.

E quais são os empregos mais difíceis de serem “roubados“ pelas novas tecnologias? São justamente aqueles de viés mais feminino, de cuidado personalizado, atenção e atendimento, que a tecnologia terá mais dificuldade de emular. Estamos começando a avançar na inteligência artificial, mas nem começamos ainda a cogitar a emoção artificial, e as mulheres são as rainhas da emoção.

Você aceitará melhor um robô controlando o vagão do metrô do que cantando num show ou cuidando do seu filho num hospital.

O mundo do trabalho já foi muito azul e masculino, mas o que o futuro nos reserva deve ser cada dia mais feminino, sensível, cor de rosa, humano.

Os homens que se preparem.

 

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