Rex arrastava lenta e desengonçadamente sua carcaça enrugada de 10 toneladas quando uma bola de fogo rasgando os céus atingiu a Terra dizimando para todo o sempre tiranossauros, velociraptors e todos os outros sauros que ainda nem descobrimos que um dia existiram.
Faz um tempinho isso. 65 milhões de anos pra ser um pouco menos impreciso. Mas foi o primeiro relato científico do fim do mundo que conhecemos. O primeiro, mas não o último, vivem nos avisando cientistas e profetas.
Apenas nos últimos anos, já escapei do bug do milênio, da tragédia Maia do dia 21/12/12, e do apocalipse das 11h11 do dia 11 de novembro de 2011.
Pra ser sincero, foi muito mais difícil sobreviver ao ano de 2015.
Dilúvios, incêndios, tsunamis e armagedons povoam a batalha simbólica do Bem contra o Mal no fim do mundo de uma infinidade de religiões.
Mas o fim do mundo é também dado como certo pelos cientistas. Assim como um meteoro acabou com os dinossauros, podemos ser atingidos por outro desses corpos celestes que trafegam em alta velocidade por cima de nossas cabeças.
Mais certo mesmo parece ser a extinção da vida na terra por mutações no Sol, que como toda estrela, tem nascimento, vida e morte. Os cientistas, não sei com base no quê, cravaram que o sol vai morrer em algum ponto entre cinco e sete bilhões de anos. Dois bilhões de anos de margem de erro, mas tudo bem! Parece inatingivelmente longe, mas muito antes disso, dentro de cerca de um milhão de anos, mudanças estruturais no sol vão tornar a vida inviável na terra, pelo menos como a conhecemos hoje.
Um alvará de um milhão de anos é o que o Rei Sol nos concede por ora.
Parece muito, mas o maior inimigo da vida na terra não é o sol, nem as profecias maias e nostradâmicas.
Triste mesmo é reconhecer que se o fim do mundo um dia chegar, será antes por nossas próprias ações.
Não faz muito tempo, em outubro de 1962, estivemos à beira de uma hecatombe nuclear, quando a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba e os EUA consideraram seriamente uma retaliação atômica que poderia ter culminado no extermínio da raça humana. O fim do mundo num apertar de botões. No final das contas, a diplomacia e o bom senso venceram a insanidade. Mas foi por pouco.
Agora vivemos sob a ameaça invisível de uma mudança climática irreversível, por conta do excesso de emissão de gases e do desmatamento. Muitos cientistas dizem que já passamos dos limites, alguns dizem que não, que é tudo alarmismo sem fundamento. Prefiro não arriscar.
Diz a lenda, e os livros de ciência, que estamos neste planeta azul há alguns bilhões de anos, e espero sinceramente que não resolvam jogar tudo pelos ares justamente agora que quitei o carro, me acostumei a usar filtro solar fator 70 e sobrevivi a 2015.