“O nome dela é Jeniffer, eu conheci ela no Tinder
Não é minha namorada, mas poderia ser”
Sabe aquela música que gruda na cabeça e você não consegue mais parar de pensar nela?
Quem não teve seus dias de Jennifer que atire o primeiro Tinder. Sim, todo mundo já passou por isso. E parece que existe uma correlação entre a ruindade da música e a capacidade que ela tem de se alojar bem nas produndezas do seu cérebro. Ou alguma vez você já encasquetou com algum prelúdio de Chopin?
Os cientistas chamam isso de coceira cognitiva, uma espécie de pane do nosso córtex auditivo, que fica repetindo um trecho curto de música como se fosse um CD arranhado.
Funciona assim: logo no começo da melodia seu cérebro já identifica a música e fica tentando antecipar o trecho seguinte. E então não consegue mais sair desse ciclo de repetições. É como se fosse uma coceira, que quanto mais você coça, mais coceira você tem. Você já conhece o filme: quanto mais você tenta esquecer de alguma coisa, mais você lembra dessa coisa que quer esquecer.
Isso normalmente ocorre com um trecho curto, pegajoso e repetitivo. Melodias simples de refrões marcantes. E as músicas ruins grudam principalmente quando você está de bobeira, elas aproveitam a porta aberta e tomam posse da sua cabeça vazia. Jingles de rádio às vezes conseguem o mesmo efeito diabólico.
E como se livrar dessas músicas chiclete?
1 – Método masoquista. Você vai lá e ouve a música inteira. Porque o cérebro gosta de ficar lembrando só do refrão e não da música inteira. O looping só funciona com trechos curtos. Mas cuidado: nem sempre esse método dá certo, e você pode ficar com a música ainda mais grudada. Ou pode ser que a música inteira seja uma repetição sem fim da mesma coisa, tipo aqueles axés em looping infinito:
cara caramba cara cara ô…
cara caramba cara cara ô…
2 – Substituição. Ouça uma música que você gosta muito e fique cantando. Se você ficar com essa outra na cabeça, pelo menos você trocou uma música ruim por uma boa.
3 – Ocupe o cérebro. Faça alguma tarefa que exija sua atenção. Mente vazia é a oficina da Jennifer.
4 – E por fim, mate o mal com o próprio mal. Um professor da Universidade de Reading descobriu que masclar chicletes ocupa as mesmas áreas do cérebro que as músicas grudentas e ajuda a esquecê-las. Portanto, contra música chiclete, masque chiclete.
Agora eu vou terminar esta crônica com uma canção:
“Dona Maria, deixa eu namorar a sua filha… “